quinta-feira, 22 de março de 2012

Visita de estudo ao cinema

Desde ontem que as vozes misteriosas
vagueiam pelo meu corpo.
Tudo era diferente do que foi.
De manhã o meu corpo saltava de alegria
mesmo não sabendo porquê...
Cheguei à escola e continuava feliz,
o sorriso ainda saltitava no meu rosto.
O verde, que isolava o meu corpo,
misteriosamente tornou-se branco
para exprimir a sua alegria.
Nas brincadeiras continuava feliz...
Toca! O professor abre a porta
e a sua voz de trovão lança uma mensagem:
hoje o dia camuflou-se para outro aspecto.
Chegou o autocarro e a porta abriu-se.
Sentada no banco o caminho espera-me.
Chego ao meu destino!
As vozes inacabaveis andam à minha volta.
As luzes apagam-se e a ansiedade
sobe a nossos pés.
No filme as emoções sobem e descem.
No fim as mãos cheias de alegria
e satisfação batem palmas.

22/03/2012

Catarina, 10 anos

O modo como as palavras me ajudam!

Quando olho as palavras
elas parecem um tipo de amigas
que me iluminam.
Desde o dia que eu cheguei aqui,
a poesia e a palavra
foram as primeiras a dizer-me: - Benvindo!
As palvras ajudam-me quando mais preciso
no modo de sentir e agir.
Penso na minha vida.
Se não fossem as palavras que me aconselham
e deixam resquícios seus dentro de mim;
se não fossem as palavras,
que seria de mim?
Sem aquelas amigas
que me ajudam dia após dia
e que me transformam o coração,
que seria de mim?
Simplesmente não sei.
Os sons e as brincadeiras
que elas fazem para mim
são muito mais valiosas
 do que qualquer outra coisa.

20/03/2012

Samuel, 9 anos

quarta-feira, 21 de março de 2012

A flor

Olho para uma flor e vejo um mundo
-um mundo?
Sim, um mundo.
Chamei pessoas
para ver o tal mundo.
Mostrei aos adultos
e eles me chamaram de maluco.
Mas eu insisti que ali havia
um mundo cheio de felicidade.
Olhei outra vez para a flor
e via o mundo.
Uma coisa que eu não entendia
era que eu via e os adultos não.
Não acreditava naquilo!
Eu pensei...pensei...
e pensei cada vez mais.
Cheguei a uma conclusão
que podia ver o mundo
com uns outros olhos
e que os adultos não tinham olhos
para ver o mundo...

Samuel, 8 anos

terça-feira, 20 de março de 2012

A onda do meu coração

No ar sigo a sombra do meu coração.
Mas a sombra é uma onda
de um amor de criança a um cão.
Toco-te com um olhar fugidio.
O amor de uma onda
sempre viu o sol
nos meus cabelos.
A minha infância
voou para o tempo.
As minhas mãos alisaram
as imagens antigas.
Mas, quanto mar
há dentro de mim!

O que é o tempo?

Para mim o tempo é um amigo.
Para os outros é o mistério.
Ele já está na minha lista
de grandes amigos.
Para onde eu vou ele vai comigo,
porque eu passo por ele.
No dia de ano novo
sempre lhe digo:obrigado amigo
por me teres acompanhado
todos os momentos da minha vida.
Também quando eu chego à escola
o tempo senta-se ao meu lado
para começar um novo dia.

5/01/2011

Samuel, 9 anos

A poesia

Sentada escuto a poesia, amanhã faz anos.
Vou-lhe oferecer um pedaço do meu coração.
Levanto-me, o sol cintila-me nos olhos.
Pego no lápis, o lápis dança no meu coração.
Um pedaço do meu coração está a iluminar-se.
O outro resto já está iluminado.
Vou para casa, aproveito e escuto o silêncio...

20/03/2012

Victória, 10 anos

                                                               (Dedicado á poesia)

A paz

No meu coração vive a paz.
Ela adora o silêncio.
No seu pequeno cantinho
existe o mar,
a areia e o silêncio.
O mar conversa com ela
quando está triste.
O silêncio liberta-lhe a paz,
carinho e amor.
A paz não é uma paz qualquer.
A paz está unida à poesia...

Victória 9 anos

sábado, 17 de março de 2012

A poesia

A poesia ajudou-me em muita coisa.
Agora quando sonho penso nela.
Chego à árvore da sabedoria e digo-lhe:
- Eu quero ser melhor do que sou
e também quero que a poesia chegue
a todas as crianças.
Em casa no meu quarto penso:
ainda bem que a poesia enfeitiça!

Tomás A , 10 anos

A poesia


Da minha sala,
o sol espreitava da janela
grande e límpida.
Aquela estranha luz penetrava
dentro de mim
fazendo-me diferente.
Olhei para mim e disse:
- como eu era diferente!
Cada passo que eu dava
era apenas um passo
Agora um passo
é mais um caminho
que eu tenho no meio
de todos os caminhos
da minha vida!
A poesia é um caminho
que tornará a nossa vida
diferente.

Catarina, 9 anos

16/03/2012

Poesia

Não sei o que és.
Não te vejo.
Só sei que enfeitiças
o meu lápis.
Não sei o que és.
És uma pergunta
sem resposta.
Só existe
apenas um mundo,
mas tu criaste outro.
És a poesia...
És aquela sagrada luz
que me ilumina!

15/03/2012

Marta, 10 anos

A poesia

Antes não me sentia
com o calor inexplicável
e não escrevia.
O caderno estava vazio
e o meu coração era pequeno.
Agora é colossal
e o caderno está cheio,
sinto o calor inexplicável.
Escrevo isto para ti,
és a tal coisa que me faz
acreditar que devo continuar
para ensinar os outros.
És tu que iluminas
o meu coração e me alivias.
A poesia e eu
é como a relva e a raíz.

Rúben, 9 anos.

A poesia

A poesia é inexplicável.
É uma feiticeira
que me transformou.
Ao longo destes anos,
com os desabafos,
a poesia ajudou-me muito
e não há forma de lhe agradecer.
Aprendi que o mundo
não é apenas as pessoas
que nos rodeiam,
aprendi que o mundo
é como uma sentinela
atenta para tudo.
Uma flor não é apenas
as pétalas e as raízes,
é um mundo
onde as abelhas exploram.
A poesia, para mim,
é uma bola de energia
que um dia se alastrará
pelo céu.

Bruno, 9 anos

sexta-feira, 16 de março de 2012

Dia da poesia

Para mim a poesia é: a natureza,
os animais, tudo o que tem bondade.
A poesia é uma coisa
que não se pode explicar.
Para mim a poesia
é uma energia muito forte
para escrever poemas
sobre o orvalho, sobre a natureza...
Eu aprendi que com a poesia
podemos mudar,
podemos ter uma atitude diferente,
podemos mudar-nos totalmente.
A poesia é uma parte da minha vida!

16/03/2012

Anabela, 10 anos

A poesia

Neste silêncio profundo
me conduzo pela estrada
transformadora da poesia.
Falo com as plantas e os animais
e eles dão-me lições de vida.
Tudo é perfeito, tudo se transforma.
Tudo esculpe o espirito
para um novo ser.
O caminho para a perfeição.
Ser poeta é ser atento
a esta folha que passa,
ao pássaro que canta,
à gaivota solitária...
Ser poeta é ouvir o som do mundo.
Ser poeta é ser puro,
confessar os pecados
e soprar os medos.
Não é uma forma de estar
mas sim de ser.
Ser poeta é ser criança.

16/03/2012

Pedro, 10 anos

A Poesia

Na página deserta eu vi-te na escrita,
eras tão doce como numa noite de lua cheia
onde o silêncio habitava.
Eras tão doce como uma pena
que vagueava pelo céu.
Agora sei escrever-te,
ensinaste-me a escrever, poesia.
Entraste nos meus pensamentos
e agora não consigo libertar-me de ti.
És a coisa mais importante deste mundo
mesmo não sabendo o que és...

16/03/2012

Camila, 9 anos

A poesia

Para mim és o meu coração
quando está em silêncio.
És a alegria que anda à minha volta.
Brinco contigo sempre que estou sò.
És a minha vida alegre.
És a minha amiga secreta.
Fazes-me escrever poeticamente
quando eu quero.
Ajudas-me quando estás alegre ou triste,
ajudas sempre.
Palpitas a minha vida.

16/03/2012

Jorge, 9 anos

A flor



No meu coração brilhava
a flor da minha vida.
Cuidei bem dela
e ela foi crescendo
e foi-me dando a luz
Graças aquela flor
meu coração mudou
e a minha vida também.

Bruno, 8 anos

(Dedicado à poesia )                                               

Dia da poesia

O dia 21 de Março é muito especial,
é o dia da nossa querida poesia.
Ela lê a nossa alma.
Para mim ela é uma amiga colossal.
Ela é simpática, irritada, brincalhona
e tem todos os sentimentos de uma pessoa.
Ela brinca comigo e com o meu caderno.

16/03/2012

Iara, 10 anos

Poesia

Sempre me ajudaste a desabafar.
Foste, és, e serás o transporte
que leva as coisas do meu pensamento
para o caderno.
A palavra é uma coisa que muda tudo.
Com a palavra podemos melhorar o mundo.
Poesia: tu nunca acabarás, tu não és finita.
Obrigada pela ajuda que sempre me deste.

16/03/2012

Anastácia, 9 anos

Folha

Passeio pela praia
e deixo os sulcos na areia.
Vou para casa ver
se a minha linda flor
continua linda.
Chove, não sei o que fazer,
a chuva é tão forte
que o vento fica apressado.
A chuva pára
e vejo a minha flor
com a sua folha
em gotas de orvalho.
É linda, é tão linda
que ela estará sempre
no meu coraçao.

3/10/2011

Liliana, 8 anos

A chama

Hoje a benção não está bem.
As minhas viagens andavam
a discutir com as ideias
que iam ser utilizadas.
O meu temor continua
e o meu rosto continua a dar cor.
Hoje a inverdade
anda pelas cidades
de noite em noite.
A guerra já não consegue destruir
a minha vontade.
Hoje uma chama recebi.
Levantei-me de uma cadeira
e fui procurar amigas.
Encontrei uma e disse:
- hoje vou mudar-me
 para o mundo da poesia
onde há poetas para eu poder bailar
e brincar com as palavras.

30/03/2011

Liliana, 8 anos

quarta-feira, 14 de março de 2012

Dedicado ao meu texto



Escrevo num piscar de olhos alegres.
Sinto-me a desabafar um poema.
Olho para uma borboleta
e pergunto-me: por que é que escrevo
com tantas ideias?
Já sei porque é que eu escrevo
com muitas ideias,
é por causa das saudades
que eu tenho do meu pai.
O meu texto começa a crescer
sem eu reparar.
Começo a pensar para ter mais ideias.
Lembro-me de uma ideia
e começo a escrevê-la.
Começo a ouvir aulas
e fico atento a elas.
Continuo a escrever, só que em paz.
Acabo o texto, alegre.

Jorge , 9 anos                                                                       

quarta-feira, 7 de março de 2012

O brilho do silêncio

Os teus olhos brilham
com o sol a nascer
que ilumina as pessoas.
Cantas ao luar,
sorris de manhã,
nunca choras,
nunca ficas triste
porque és o silêncio.
És o silêncio radiante,
és o silêncioe feito de paz
e feito de amor.

02/03/2010

Liliana 7 anos

Texto



A guitarra toca.
No silêncio da noite
as vozes levam-me até ti.
Meu coração enche-se de tristeza
e tu vais embora com lágrimas
nos cantos dos olhos.
E eu com meus olhos cansados
deixo cair lágrimas.
Hoje vais embora,
é hora de me despedir de ti.
O meu e o teu coração
palpitam de tristeza.
Este vento forte leva-te
como uma solitária
que vagueia por aí.
Para mim és uma rosa
que nunca murcha,
és uma rosa azul,
a mais diferente de todas.
Estás protegida
por uma redoma de vidro.
No céu tua face aparece
e nessa altura tu vais embora.

24/02/2012

Camila, 9 anos

                                                         (Dedicado à minha irmã)

Tu



Colho frutos do saber
e teu rosto aparece
num desses frutos.
No espelho de água
o céu azul reflecte-se.
Mil gotas de orvalho espalhadas
brilham como o sol.
Uma árvore de algodão
flutua no céu.
Irás partir amanhã tão depressa
como uma seta acabada
de ser lançada.
Amanhã minhas lágrimas correrão
mais depressa no meu rosto.
Partirás com saudades do tempo
que passamos juntas.

23/02/2012

Camila, 9 anos

                                                            (Dedicado à minha irmã...)

A música



Esta música calma e alegre
embala meus ouvidos
e a minha imaginação transporta-me
para um lugar longinquo
onde as nuvens brincam comigo
e as aves voam no céu azul.
As flores desabrocham
e os meus pensamentos
libertam-se do seu mal.
Vi ao longe um rio cheio
de palavras e poesia.
Então nadei no meio
das palavras e da poesia,
mergulhei até ao fundo do rio
e vi uma porta prateada e dourada.
Entrei e vi uma ave gigante.
Ela pegou em mim
e sobrevoei um mundo diferente
até que a ave poisou em frente de um cristal.
Ele começou a brilhar tanto, mas tanto;
que  depois voltei a ouvir
aquela música calma e alegre.

12/01/2012

Camila, 9 anos

sábado, 3 de março de 2012

Eu



No sussurro da morte viajo encontrando rochas de amor
que são memórias de vida sofrida.
A vida é um campo de sarças onde nós temos
de encontrar o melhor caminho para o atravessar.
Medo da morte? Não!
Porque eu quero ser natural
e quem é natural morre com pessoas na alma.
A vida é bonita, a morte é natural.
Filho da natureza é o que eu quero ser,
porque é a mesma coisa que viver
num campo de flores e borboletas.
Sol e chuva é morte e vida,
como dizia Alberto Caeiro
o poeta da natureza.
Se eu morrer quero o meu livro feito.
Por favor, não me roubem a morte.
A minha vida é grande o suficiente para eu ouvir
a voz da chuva, e a morte é eterna
para eu ver o domínio de Deus.
Agora o meu domínio é a Terra.
Quando eu for para o céu
serei um bebé a aprender o novo mundo.
Eu enfrentarei a morte
com a minha espada alada.

7/11/2011
Pedro, 8 anos

A ponte

Na ponte pisada pela maresia,
pedaços alados de vida flutuam
no instante e na memória.
Naquela ponte
o mundo gira à sua volta
lançando pó de beleza.
Por ali, algures, sei que alguém
contempla o lago que por cima passei.
Um cão abandonado veio a galgar para mim
e em sonhos perguntei-lhe:
- Quantos desejos é que a vida já te realizou?
Mas foi em vão.
Aquela ponte é normal,
é apenas uma entre outras
porque não está rodeada de sonhos,
só de beleza quotidiana.

7/02/2011
Pedro, 8 anos

 

Outra matemática



Bloqueram-me a passagem
com um muro números.
Tentei demoli-lo mas cada vez mais
o muro cresceu.
Senti-me só na escuridão
e na floresta dos números.
Tinha apenas o fogo da memória.
No céu, relâmpagos, com sua luz fugidia,
contaram quanta nostalgia
ainda cabia dentro de mim.
Mas foi em vão.
Infinita, a incerteza que eu inalei.
Andei kilómetros à procura de mais fogo
para eu me transformar em alegria,
mas tudo o que encontrei
foi fumo de fogueiras colossais.
Fitei com medo árvores
que se perderam
na balança dos sentimentos.
A música da lógica
perdeu-se na esperança
de contar as estrelas do espaço
e empilhar todas as eras.

7/01/2011
Pedro, 8 anos